Nefrostar • Postado em: 09/02/2024
Diálise em idosos: cuidados com o tratamento na terceira idade
Com o avanço da expectativa de vida, é necessário um olhar atento para a diálise em idosos, perfil que mais cresce entre a população de doentes renais.
Como deve ser o cuidado de diálise em idosos hoje em dia? A doença renal crônica é um problema de saúde pública mundial que afeta todas as idades, mas que se torna mais prevalente em idosos.Com o aumento da expectativa de vida decorrente de melhores terapias, mais conhecimento sobre doenças degenerativas e acelerado desenvolvimento tecnológico, a população tem atingido maiores faixas etárias.
Por outro lado, com a sobrevida, aumentou-se também o número de pacientes idosos em terapia renal substitutiva, entre elas a diálise — cenário incomum há algumas décadas.
Neste artigo vamos falar sobre a diálise em idosos e suas particularidades e desafios no tratamento de pacientes com idade mais avançada, quais os cuidados especiais com esse público e como funciona a hemodiafiltração (HDF), uma alternativa à hemodiálise convencional.
Antes de tudo, o que é diálise?
A diálise, ou terapia renal substitutiva, é uma técnica terapêutica que tem como objetivo substituir as funções do rim quando ele não consegue mais realizar a filtragem do sangue e a eliminação de substâncias tóxicas do corpo.
Existe mais de um tipo de diálise, sendo a hemodiálise e a diálise peritoneal os dois mais comuns e adotados no Brasil. Na hemodiálise, o sangue é filtrado fora do corpo, em uma máquina que funciona como um rim artificial.
Na diálise peritoneal, um líquido especial é introduzido na cavidade abdominal, onde fica em contato com os vasos sanguíneos do peritônio (membrana do abdômem) e realiza a filtragem do sangue.
Uma terceira alternativa é a hemodiafiltração,conhecida pela sigla HDF. Trata-se de um método similar à hemodiálise convencional, onde o sangue também é filtrado por uma máquina fora do corpo. A diferença está na máquina utilizada, que performa dois métodos de filtragem: convecção e difusão.
Com um fluxo maior de sangue e líquido de diálise circulando, partículas maiores de toxina são removidas, o que pode ser traduzido em maior sobrevida e menores efeitos colaterais a curto prazo.
Provas científicas da eficiência da HDF
Um estudo brasileiro de 2024 que testou a eficácia da HDF em comparação à hemodiálise comum encontrou uma queda na taxa de mortalidade geral de 71%, na mortalidade por doenças cardiovasculares. Além disso, o estudo apresentou um aumento de 92% na sobrevida de pacientes renais crônicos que realizam a HDF de alto fluxo com frequência.
O tipo de diálise escolhido para um idoso depende de sua condição de saúde, de sua mobilidade e da presença de comorbidades, sendo avaliado em conjunto por nefrologistas e demais profissionais envolvidos no cuidado do paciente.
Por que idosos precisam de diálise?
A doença renal crônica é mais prevalente em idosos devido ao envelhecimento natural do organismo, ao aumento da frequência de comorbidades e ao uso prolongado de medicamentos, especialmente os nefrotóxicos.
Pessoas com mais idade que apresentam doença renal crônica avançada podem precisar de diálise em idosos para manter a qualidade de vida e a sobrevida. A diálise em idosos é importante para controlar os sintomas da doença renal e melhorar a saúde geral do paciente, além de evitar complicações como anemia, desnutrição e doenças cardiovasculares.
Porém, especialistas apontam que o tratamento deve ser individualizado, levando em consideração o desejo do paciente. Independente do método de diálise em idosos, ela deve ser indicada sempre que houver chance de prolongar a vida que resta ao idoso com qualidade.
Cuidados com os idosos em diálise
O cuidado da diálise em idosos envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui a participação de médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais. Além disso, é importante que o paciente e seus familiares estejam envolvidos no processo de cuidado.
O cuidado com a dieta é um aspecto importante no tratamento de diálise em idosos, incluindo o controle da ingestão de sal, potássio e fósforo a ser feito pelos profissionais de saúde. O controle da pressão arterial e do diabetes também é fundamental para a prevenção de complicações.
A atividade física adequada e orientada pode melhorar a força muscular e a função cardiovascular, além de contribuir para o bem-estar emocional. Além disso, os cuidados com a higiene e a prevenção de infecções são essenciais para evitar complicações no acesso vascular e infecções urinárias.
Acompanhamento psicológico para diálise em idosos
O diagnóstico da doença renal crônica (DRC) é um momento delicado para o paciente que descobre estar perdendo as suas funções renais, e isso não é diferente para o paciente idoso.
No caso da necessidade de diálise em idosos, grandes adaptações na rotina — tanto de pacientes, quanto de familiares e amigos — precisam ser feitas para garantir uma rede de apoio presente e a correta adesão ao tratamento.
Além disso, os potenciais impactos negativos de uma visão estigmatizada do senso comum sobre o tratamento renal e sobre o próprio envelhecimento também precisam ser considerados. Nesse cenário, o acompanhamento psicológico de diálise em idosos é fundamental.
Conheça a Nefrostar e nosso conceito premium em nefrologia
O acompanhamento psicológico, tanto do paciente idoso quanto de qualquer outro paciente renal, é um dos serviços inseridos no modelo de assistência da Nefrostar. A psicologia é capaz de proporcionar um maior equilíbrio emocional e uma melhor adaptação do paciente à terapia renal substitutiva.
Além disso, nossas clínicas contam com equipes multidisciplinares empenhadas em várias linhas de cuidado que buscam um olhar integral sobre o paciente renal.