Medicamentos nefrotóxicos: por que alguns remédios fazem mal aos rins

Nefrostar • Postado em: 24/11/2023

Medicamentos nefrotóxicos: por que alguns remédios fazem mal aos rins

Entenda o que são os medicamentos nefrotóxicos, por que e quando sua administração pode causar problemas renais.

Na medicina, muitos medicamentos são largamente utilizados para tratar diversas condições médicas. No entanto, é preciso estar ciente de que alguns remédios podem ter efeitos adversos aos rins.

Esses medicamentos são conhecidos como medicamentos nefrotóxicos e podem causar danos significativos ao sistema renal se não forem utilizados corretamente.

Neste artigo você confere quais os medicamentos nefrotóxicos mais comuns, seus efeitos sobre os rins e algumas medidas preventivas que podem ser adotadas.

Quando os medicamentos nefrotóxicos são perigosos

A expectativa de vida da população global, de modo geral, tem aumentado. O que significa que estamos envelhecendo e uma consequência natural é que algumas condições, como a doença renal, sejam mais frequentes.

Porém, a doença renal crônica (DRC) pode ter seu quadro agravado em função da má administração de medicamentos nefrotóxicos, como analgésicos, antibióticos e anti-inflamatórios. Com o aumento da expectativa de vida da população, é natural que algumas doenças ganhem mais destaque.

Contudo, no caso da doença renal, por exemplo, pacientes podem ter o seu quadro agravado em razão do uso sem controle de remédios nefrotóxicos, relacionados, principalmente, ao controle da dor, como analgésicos, anti-inflamatórios, e antibióticos.

Isso não significa que o paciente deve evitar essas medicações quando elas são devidamente prescritas por um médico para tratar uma determinada condição.

Pelo contrário. O principal risco associado à nefrotoxicidade destes remédios está justamente na automedicação — prática em que o paciente ministra os remédios ou altera a sua dose por conta própria.

De acordo com um levantamento do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), 79% dos brasileiros se automedicam. Um estudo realizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) apontou 77%, quando publicado em 2018. Familiares, amigos, vizinhos e influencers são alguns dos “prescritores” apontados pelos entrevistados.

Quais são os medicamentos nefrotóxicos?

Existem vários medicamentos comuns que têm o potencial de nefrotoxicidade. Entre os principais estão os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), como o diclofenaco e o ibuprofeno, que podem causar lesão renal.

Agentes antibióticos — como os aminoglicosídeos, anfotericina B e pentamidina —

também são conhecidos por sua nefrotoxicidade.

A lesão renal por conta de analgésicos já foi muito comum, antes da retirada da Fenacetina do mercado. Paracetamol e dipirona não são nefrotóxicos. Porém, seu uso prolongado e diário também pode acarretar em problemas renais.

Além disso, certos medicamentos utilizados no tratamento do câncer, como a cisplatina, também podem ter efeitos tóxicos aos rins.

Outro ponto de atenção são os contrastes de exames radiológicos. Pacientes com doença renal devem evitar o contraste. Além disso, precisam de uma preparação caso o exame seja inevitável. Tomografia computadorizada, angiografia, cateterismo, urografia excretora e ressonância magnética são alguns dos princiais exames radiológicos que utilizam contrastes que são medicamentos nefrotóxicos.

Os 10 medicamentos nefrotóxicos mais perigosos

No mundo da medicina nós sabemos que alguns medicamentos, embora muito positivos para algumas patologias, podem ser um verdadeiro veneno para outros órgãos do corpo, como rins, fígado ou estômago.

É papel do médico cuidar para que a dosagem esteja correta e o período de tratamento tenha início e fim, além de ser essencial que o paciente não tome remédios sem a supervisão ou prescrição de um médico.

Para ajudá-los com isso, separamos os 10 medicamentos nefrotóxicos mais perigosos para quem possui problemas renais.

1. AINEs (Anti-inflamatórios não esteroides):

Exemplos: Ibuprofeno, Naproxeno.

Podem causar lesões renais, especialmente em doses elevadas ou uso prolongado.

2. Inibidores da ECA (Enzima Conversora de Angiotensina):

Exemplos: Captopril, Enalapril.

Apesar de serem comuns para pressão alta, podem levar a problemas renais, especialmente em pacientes com função renal pré-comprometida.

3. Antibióticos Aminoglicosídeos:

Exemplos: Gentamicina, Amicacina.

Amplamente usados, mas podem causar danos ao ouvido e aos rins.

4. Contraste Radiológico:

Usado em exames de imagem.

Pode causar nefropatia de contraste, uma condição séria que afeta os rins.

5. Lítio:

Usado no tratamento de transtornos psiquiátricos.

Pode causar nefrite tubulointersticial.

6. Ciclosporina:

Medicamento imunossupressor.

Usado em transplantes, mas pode levar à disfunção renal.

7. Diuréticos de Alça:

Exemplos: Furosemida, Bumetanida.

Podem causar desequilíbrios eletrolíticos e lesões renais.

8. Metformina:

Comum para diabetes.

Pode levar à acidose láctica, afetando os rins.

9. Quimioterápicos:

Diversos agentes podem ser nefrotóxicos.

Importante discutir os riscos com um oncologista.

10. Medicamentos Anti-hipertensivos:

Alguns, como os bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA), podem impactar os rins.

Sinais de alerta

A lesão renal pode levar à diminuição da função renal, acúmulo de toxinas no organismo e desequilíbrios eletrolíticos. Os sinais de alerta de medicamentos nefrotóxicos incluem presença de sangue ou proteínas na urina

Por outro lado, na maioria das vezes, a diminuição da atividade renal ocorre de forma silenciosa. O check-up médico regular é fundamental para garantir o bom funcionamento dos rins, que pode ser avaliado por meio de exames de sangue e urina.

Prevenção e cuidados

Em pacientes renais, uma abordagem fundamental é ajustar as doses dos medicamentos, pois a função renal reduzida pode levar à acumulação de medicamentos no organismo.

O monitoramento regular da função renal durante o tratamento também é crucial para detectar precocemente quaisquer sinais de medicamentos nefrotóxicos.

Além disso, a hidratação adequada pode ajudar a proteger os rins, diluindo a concentração de substâncias nocivas.

Como já mencionamos, a automedicação é o principal risco associado aos medicamentos nefrotóxicos. Siga sempre a prescrição e procure seu médico após identificar qualquer alteração no seu estado de saúde.

Os cuidados com o tipo de medicamento que ingerimos é essencial para proteger nosso organismo de patologias renais graves, como a insuficiência renal. Isso evita que você precise, no futuro, realizar terapia renal substitutiva por meio da hemodiálise ou da hemodiafilração(HDF), um método de diálise eficaz no tratamento do paciente renal crônico e com menos efeitos colaterais associados.

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